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Nov
03
2016
Crise beneficia venda no setor de autopeças e acessórios, informa pesquisa da Associação Comercial de SP
Os setores de Farmácias e Perfumarias (-1,5%) e Supermercados (-3,3%) foram os que caíram menos no acumulado de janeiro a agostoA crise e a queda da renda estão levando o consumidor a investir mais na manutenção de seu veículo, ao invés de comprar um novo. É o que aponta o Boletim n°28 da pesquisa ACVarejo, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O levantamento mostra que o setor de Autopeças e Acessórios foi o único com crescimento no volume de vendas nos primeiros oito meses do ano; a alta foi de 3% sobre igual período de 2015. O segmento também se destacou no mês de agosto, com a menor perda (-1%) em relação ao mesmo mês do ano passado. Por comercializarem produtos essenciais - mais resistentes à crise -, os setores de Farmácias e Perfumarias (-1,5%) e Supermercados (-3,3%) foram os que caíram menos no acumulado de janeiro a agosto. Mas, em agosto, houve retrações de 9,2% e de 11%, respectivamente, explicadas pela intensidade da crise, pela inflação e pelo aumento do desemprego e pela queda da massa salarial. Maiores quedas Os segmentos mais dependentes de crédito - mais caro e escasso em 2016 – tiveram as retrações mais acentuadas. O pior resultado foi nas Lojas de Móveis e Decorações, com recuos de 15,6% (no acumulado janeiro-agosto) e de 19,3% (no mês de agosto), em relação aos mesmos períodos de 2015. O desempenho é justificado não apenas pelo crédito, como também pela ligação com o setor de imóveis, prejudicado pela crise imobiliária. Nas Lojas de Vestuários, Tecidos e Calçados, as quedas foram de 12,5% no período acumulado e de 14,5% em agosto. Já o segmento intitulado Outros Tipos de Comércio Varejista apresentou reduções de 11,1% (janeiro-agosto) e de 19,1% (agosto). Foi impactado principalmente pela venda de combustível, que tem caído em decorrência do menor uso de automóvel em tempos de recessão. O setor inclui: combustíveis para veículos automotores; lubrificantes; livros, jornais, revistas e papelaria; artigos recreativos e esportivos; joias e relógios; gás liquefeito de petróleo; artigos usados; outros produtos. Nas Concessionárias de Veículos as quedas foram de 10,3% (período acumulado) e de 14% (agosto). E as Lojas de Departamentos, Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos apresentaram perdas de 10,3% (janeiro-agosto) e de 9,8% (agosto). Juntos, todos os segmentos do comércio paulista registraram quedas de 7,3% nos oito primeiros meses do ano e de 12,3% em agosto. “Esses resultados negativos continuam sendo explicados pelo maior desemprego, pela contração do crédito e pela queda na renda das famílias, o que puxa para baixo a confiança do consumidor e a disposição para comprar”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp. “A recuperação dependerá essencialmente da restauração desses indicadores e da continuidade da redução das taxas de juros”, acrescenta ele. A pesquisa ACVarejo é elaborada pelo Instituto de Economia da ACSP a partir de dados da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e de índices de inflação setoriais extraídos da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mudança metodológica Nesta edição da ACVarejo, o volume de vendas passou a ser calculado a partir de índices de inflação setoriais do Estado de São Paulo, extraídos da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A utilização desses índices permite resultados mais precisos para as vendas, ao corrigir os dados do faturamento nominal pela respectiva variação dos preços de cada um dos segmentos considerados, que tende a não ser a mesma.
Setores – volume de vendas:
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